A
Metodologia da Problematização é uma proposta de ensino, de estudo e de
trabalho, para ser utilizada sempre que seja oportuno, em situações em que os
temas estejam relacionados com a vida em sociedade.
Constitui
uma metodologia que abrange um conjunto de métodos, técnicas, procedimentos ou
atividades intencionalmente selecionadas e organizadas em etapas, as quais são
classificadas como:
·
Observação da realidade: observação da realidade social,
concreta, pelos alunos a partir de um tema ou unidade de estudo, podendo para
isso serem dirigidos por questões gerais que ajudem a focalizar e não fugir do
tema.
·
Pontos-chave: reflexão primeiramente sobre as
possíveis causas da existência do problema em estudo.
o
Por
que será que esse problema existe?
·
Teorização: é a etapa do estudo, da
investigação propriamente dita. Busca de informações necessárias sobre o
problema, onde quer que elas se encontrem, dentro de cada ponto - chave já
definido.
·
Hipótese de solução: Todo o estudo realizado deverá
fornecer elementos para os alunos, crítica e criativamente, elaborarem as
possíveis soluções.
o
O
que precisa acontecer para que o problema seja solucionado?
o
O
que precisa ser providenciado?
o
O
que pode realmente ser feito?
·
Aplicação à realidade: Esta etapa da Metodologia da
Problematização ultrapassa o exercício intelectual, “pois as decisões tomadas
deverão ser executadas ou encaminhadas. Nesse momento, o componente social e
político está mais presente. A prática que corresponde a esta etapa implica num
compromisso dos alunos com o seu meio. Do meio observaram os problemas e para o
meio levarão uma resposta de seus estudos, visando transformá-lo em algum grau”
(Berbel, 1996, p.8-9)
O Método do Arco
(Charlez Maguerez)
A
finalidade desta metodologia é preparar o estudante/ ser humano para tomar
consciência de seu mundo e atuar intencionalmente para transformá-lo, sempre
para melhor, para um mundo e uma sociedade que permitam uma vida mais digna
para o próprio homem.
Atualmente
esta metodologia é muito comparada com a Proposta Curricular de Aprendizagem
Baseada em Problemas (PBL). Ambas têm como propósito não serem conclusivas e
estimularem o instinto provocativo do aluno em busca da solução de um problema,
porém, são duas propostas metodológicas bem diferentes, pois, a primeira, como
uma metodologia que pode ser utilizada para o ensino de determinados temas de
uma disciplina, nem sempre apropriada para todos os conteúdos e a segunda, como
uma metodologia que passa a direcionar toda uma organização curricular. Desta
forma, muitos educadores questionam o seu uso com a finalidade de ensino em
determinados cursos.
“las verdaderas innovaciones
serán el resultado de las características, necesidades e imaginación local de
quienes las hagan... El cambio es parte del proceso educacional. Los métodos
van mejorando y seguiremos aprendiendo”. Venturelli,
J.
Referência:
Berbel, N.A.N. (1998) - A problematização e a aprendizagem baseada em
problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos? Interface - Comunicação,
Saúde, Educação, v.2, n.2.
Dinâmica de grupo
No
5° encontro, o grupo IV apresentou o caso denominado “O poço de Ryan”. Foi
disponibilizado aos alunos um texto informativo sobre os problemas relacionados
à falta de água em países na África, o que resultava em muitas mortes e na
falta de educação para as mulheres da região, que tinham como obrigação cuidar
da família e ir buscar água para consumo.
O
objetivo da problemática era encontrar uma solução que diminuísse a incidência
da mortalidade devido à falta de água na África. Para isso, os alunos foram
divididos em grupos e a partir da contextualização responder a questões que os
direcionassem para uma hipótese de solução.
Ao
final, o grupo apresentou a solução que um menino de 6 anos encontrou para
disponibilizar água para todas as pessoas prejudicadas pela falta de água. A
solução encontrada pelo menino foi de arrecadar dinheiro para a construção de
poços e obtenção de água potável. Uma campanha que pretendia arrecadar 70
dólares ao final arrecadou 20 mil dólares para criação de poços e que salvou
milhares de pessoas. Após essa iniciativa, criaram uma organização chamada de
“O poço de Ryan”, que continua ajudando milhares de pessoas até os dias atuais.
Para
mais informações, acessem o link abaixo para ver a história de um menino que
mudou a história da África.
“Quando fizeres algo nobre e belo e
ninguém notar, não fique triste. Pois o sol toda manhã faz um lindo espetáculo
e, no entanto, a maioria da platéia ainda dorme” John Lennon
Júri Simulado
Na segunda
parte da aula, o grupo responsável pelo Júri Simulado apresentou a todos, as
diretrizes que norteiam esse tipo de ferramenta no ensino e aprendizagem.
De modo geral, o Júri Simulado
nada mais é do que um grupo de discussão no formato de um Júri e que apresenta
os seguintes e principais personagens:
Juiz –
Responsável pelo direcionamento da discussão, normalmente uma pessoa experiente
e que deve se colocar como uma pessoa central sem favorecimento de nenhuma das
partes.
Advogado de
defesa – Responsável pela defesa de um ponto de vista e pelo grupo de pessoas
que lhe ajudarão na composição de seus argumentos. Deve apresentar uma boa fala
e postura firme, pois esse será responsável pela colocação de seus argumentos
perante o júri.
Advogado de
acusação – Responsável em contrapor o ponto de vista da defesa e assim como o
outro lado, possui também uma equipe de pessoas para lhe ajudar na composição
de seus argumentos. Precisa ter a mesma postura do advogado de defesa perante o
júri.
Testemunhas –
Serão selecionados pessoas para apresentarem fatos que justifiquem seus pontos
de vista e auxiliem tanto os advogados nas suas posições quanto ao júri no
momento de sua escolha.
Júri – Composto
por um grupo de pessoas que não irão interferir no processo do júri, mas que
assistirão todo o processo a fim de formar uma opinião sobre o assunto
discutido e apresentar no final, seu voto em relação aquele grupo (defesa e
acusação) que melhor soube conduzir o processo e apresentar de forma mais
consistente e argumentativa o seu ponto de vista.
O grupo montou
um pequeno Júri Simulado para exemplificar como seria o processo. Eles
escolheram um aluno para representar o Juiz, dois alunos para representar a
acusação e dois alunos para a defesa, que no caso foram o Klauss e a Fernanda
deste grupo. O tema escolhido não poderia ser mais polêmico: Aborto
Cada um dos
alunos recebeu uma folha com alguns argumentos geralmente feitos por pessoas
que defendem ou não a descriminalização do aborto, de modo a ajudar na
construção de ideias que poderiam ser usadas para defender seu ponto de vista.
É importante ressaltar que mesmo que o aluno, defenda uma determinada posição
na sua vida, no momento do Júri, ele deverá defender aquilo que lhe foi
colocado... o que é um bom exercícios de construção de opinião.
O
Júri Simulado é uma ferramenta muito interessante como forma de discussão de
temas polêmicos sem que haja uma predominância de um ponto de vista, já que
nesse tipo de processo, a divisão da exposição argumentativa de cada um dos
lados é equilibrada e todos tem a possibilidade de serem ouvidos. O mais
interessante é a abertura da possibilidade que as pessoas tem de ouvir o outro
lado. Normalmente, quando temos uma opinião formada sobre algum tema, nos
cercamos de visões apenas daquele ponto de vista e nem sempre nos colocamos a
ouvir com atenção o que o outro lado tem a dizer. Isso é muito relevante no que
tange a formação de uma pessoa que pensa e discute diversos pontos de vista,
ponderando sempre antes de emitir um parecer sobre um determinado assunto.